De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), as emissões de gases do efeito estufa (GEEs) provenientes de atividades humanas cresceram 70% entre 1970 e 2004.
O efeito estufa dentro de uma determinada faixa é de vital importância, pois, sem ele, a vida como a conhecemos não poderia existir. O Efeito Estufa serve, sobretudo, para manter o planeta aquecido, e assim, garantir a manutenção da vida. Todavia, o desequilíbrio energético ora existente no planeta, causado principalmente pela emissão desenfreada dos Gases do Efeito Estufa, dá origem ao fenômeno conhecido como Aquecimento Global.
No Brasil, a principal fonte de emissão de gases do efeito estufa vem das queimadas e derrubadas de florestas. De acordo com o estudo “Indicadores de Desenvolvimento Sustentável Brasil 2008”, produzido pelo IBGE, a destruição da vegetação natural, em especial na Amazônia e no Cerrado, resultaram em 75% das emissões de gases do efeito estufa no país. Isto, infelizmente, faz o Brasil assumir a postura de ser o quarto país que mais polui o mundo. Atualmente, emite em torno de 1,3 gigatoneladas (Gt) desses gases por ano. As duas maiores cidades brasileiras, São Paulo e Rio de Janeiro, que fazem uso intensivo de combustíveis fósseis, emitem juntas cerca de 3% desse total. Para se ter uma ideia dessa grandeza é oportuno lembrar que uma gigatonelada equivale a um bilhão de toneladas.
De acordo com o IPCC, há forte evidência de que grande parte do aquecimento global é decorrente do aumento da concentração de GEEs, principalmente o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O) e os halocarbonetos, que são gases que contêm carbono ligado a flúor, cloro ou bromo.
Eis, Prezado(a) Seguidor(a), a relação dos “Vilões” responsáveis pela disseminação da tristeza em praticamente todos os recantos do planeta.
Dióxido de Carbono (CO2) - com moléculas formadas por um átomo de carbono e dois de oxigênio, o CO2 é um gás proveniente da queima de combustíveis fósseis e matéria orgânica e desflorestamento. Sua concentração na atmosfera do planeta passou de 280 ppm no período pré-industrial para 379 ppm em 2005, sendo que sua permanência na atmosfera é de 50 e 200 anos - o chamado tempo de decaimento do gás. O potencial de aquecimento global de uma molécula de CO2 é usado como referência métrica padrão para determinar o potencial de aquecimento global (PAG) dos demais GEEs. Atualmente, o dióxido de carbono contribui com 60% do efeito estufa no planeta.
Metano (CH4) - com moléculas formadas por um átomo de carbono e quatro de hidrogênio, o gás metano é gerado por atividades como a pecuária, o cultivo de arroz inundado, a queima de combustíveis fósseis e de biomassa, insumos agrícolas e matéria orgânica em decomposição. Sua concentração na atmosfera passou de 715 ppb no período pré-industrial para 1732 ppb no início dos anos 1990 e chegou a 1774 ppb em 2005. Seu potencial de aquecimento global é 25 vezes maior do que o do dióxido de carbono, sendo que a molécula de CH4 permanece na atmosfera por até 20 anos, em média. Atualmente, o metano contribui com cerca de 15% do efeito estufa do planeta.
Óxido Nitroso (N2O) - formado por moléculas com dois átomos de nitrogênio e um de oxigênio, esse gás é proveniente de insumos agrícolas como fertilizantes e de atividades de conversão do uso da terra. Sua concentração foi de 270 ppb no período pré-industrial para 319 ppb em 2005. Seu potencial de aquecimento global é cerca de 300 vezes maior que do dióxido de carbono e sua permanência na atmosfera chega a 150 anos. Atualmente, 5% do efeito estufa está relacionado ao N2O.
Ozônio (O3) - esse gás compõe a camada que protege a Terra dos raios ultra-violeta do sol também atua como agente do efeito estufa. No solo, o ozônio é gerado pela queima de biomassa e pela ação da luz do sol sobre hidrocarbonetos e moléculas Nox. Sua permanência na atmosfera é de no máximo alguns meses, mas contribui com cerca de 8% do efeito estufa. A molécula do ozônio é formada pela ligação entre três átomos de oxigênio.
Hexafluoretos - são gases sintéticos caracterizados pela associação do átomo de flúor a outros elementos. Apresentam potencial de aquecimento global altíssimo. Destacam-se o hexafluoreto de enxofre (SF6) e os perfluorcarbonetos (PFCs).
Hexafluoreto de Enxofre (SF6) - gás sintético utilizado na geração de eletricidade, na fundição de magnésio e em semicondutores. Seu potencial de aquecimento global pode ser mais de 22 mil vezes superiores ao do dióxido de carbono.
Perfluorcarbonetos (PFCs) - usados na produção de equipamentos eletrônicos ou emitidos como subprodutos da produção do alumínio primário, esses gases sintéticos tem alto potencial de aquecimento global, podendo chegar a índices entre 6.500 e 9.200 vezes superiores ao do dióxido de carbono.
Halocarbonetos - no contexto do efeito estufa são gases sintéticos em que todas as ligações do átomo de carbono já estão associados a outros elementos, como cloro, flúor ou bromo. A maioria desses gases aumentaram de um nível próximo de zero no período pré-industrial para concentrações bem maiores, devido às atividades humanas. São os clorofluorcarbonetos (CFCs), hidroclorofluorcarbonetos (HCFCs) e hidrofluorcarbonetos (HFCs), bromofluorcarbonetos (halônios).
Clorofluorcarbonetos (CFCs) - Muito utilizados em sprays e equipamentos de refrigeração os CFCs contribuem para o aumento do efeito estufa e também degradam a camada de ozônio. Sua utilização foi bastante reduzida após 1987, quando foi assinado o Protocolo de Montreal sobre o uso de substâncias químicas para reduzir o buraco sobre a camada de ozônio. Atualmente, contribuem com 12% do efeito estufa do planeta, podendo permanecer na atmosfera de 50 a 100 anos. Seu potencial de aquecimento global é cerca de 10 mil vezes maior que o do CO2 mas os CFCs também provocam um processo de resfriamento ao destruir o ozônio.
Hidrofluorcarboneto (HFC) - Gás sintético formado por átomos de hidrogênio, flúor e carbono, passou a ser adotados com mais intensidade pelo setor industrial a partir dos anos 1990, em substituição aos clorofluorcarbonetos (CFCs) que estavam sendo banidos pelo Protocolo de Montreal, devido a seu impacto para a camada de ozônio. O HFC não afeta essa camada mas tem um impacto ainda maior sobre o efeito estufa, com um potencial de aquecimento global que pode ser de 120 a 12.000 vezes superior ao do dióxido de carbono. O HFC pode ficar na atmosfera por até 400 anos.
Vapor d'água (H2O) - é o maior agente natural do efeito estufa no planeta. Apesar de ser liberado por algumas atividades produtivas, as atividades humanas têm pouca influência sobre a quantidade de vapor na atmosfera, que varia com a temperatura de cada região, sendo mais abundante em zonas mais quentes. O aumento da temperatura do planeta pode levar à elevação do vapor liberado pelas fontes hídricas e aumentar a contribuição desse gás para o efeito estufa. Essa contribuição é mínima atualmente e a permanência do vapor na atmosfera não passa de alguns dias.