Compromisso firmado
entre os maiores poluentes do planeta favorecerá as decisivas negociações
climáticas previstas para 2015, por ocasião da Conferência do Clima que será realizada em Paris.
O mundo pode, enfim, respirar mais
aliviado. Depois da labuta incansável dos ambientalistas que vislumbram um
planeta sustentável, finalmente podemos, sem restrição, celebrar o acordo
histórico firmado entre Estados Unidos e China que visa à redução das emissões
de CO2, assinado em 12 de novembro deste ano na capital italiana.
Infelizmente, ainda há nesse processo
alguns gargalos (nações dependentes dos combustíveis fósseis, como Rússia,
Austrália, Venezuela, Irã, Arábia Saudita e os países do Golfo). Todavia, é bom
lembrar que sem a ratificação desse acordo era impossível sonhar com a
verdadeira mitigação das emissões desse perigoso poluente.
Entre esses gargalos, que não podemos
esquecer em função de sua crescente contribuição negativa para o aquecimento
global, está inserido, também, a Índia. Piyush Goyal, ministro de energia
daquele país, declarou dias depois da assinatura do referido acordo: “O
desenvolvimento da Índia não pode ser sacrificado. O ocidente terá que
reconhecer que nós enfrentamos as necessidades da pobreza”.
Goyal deixou claro em alguns
periódicos que o uso de carvão nacional na Índia passará dos 565 milhões de
toneladas registrados no ano passado para mais de um bilhão de toneladas em
2019. O estrago, infelizmente Prezado(a)
Seguidor(a), vai além de nossas expectativas. O infausto Goyal disseminou a notícia nos principais jornais que
circulam em Nova Délhi, que está
entregando concessões para extração de carvão em grande velocidade.
A Casa Branca, “Dona do Mundo”, agora
sensibilizada com a real situação climática, tem como incumbência imediata:
mostrar a Piyush Goyal o verdadeiro “caminho das pedras”, haja vista que a Índia
está entre os países que mais contaminam o meio ambiente. É bem verdade que as suas
emissões estão aquém das provocadas pelos Estados Unidos e pela China, que
emitem 6.826 e 9.900 toneladas métricas de CO2, respectivamente.
Contudo, estudos científicos, publicados recentemente, afirmam que as emissões
desses gases provocadas pela Índia estão aumentando desenfreadamente e, sobretudo,
em uma velocidade assustadora.
Diante desse cenário que norteia as
prováveis futuras catástrofes, caso nada seja feito para atingir e, principalmente, manter a meta desejada, é imperativo que haja, por parte das autoridades competentes, o
consenso que o aquecimento do planeta não poderá ultrapassar 2ºC tendo como
base a temperatura constatada na era pré-industrial.